Por que este blog?

Registro aqui neste blog, as frases ou trechos de livros, que me conduziram a uma intensa reflexão, que para mim foram as mais profundas, porque puderam me encorajar a ousar em aplicar nesta minha bela passagem pela Terra. Tenho a plena consciência, que eu não terei tempo suficiente para viver todas as experiências da vida. Então, permito-me a aprender e viver através disto, uma quase realidade. Quando digo "quase", é porque não foi realidade minha, e sim das outras pessoas que me serviram como pontes para a experiência e aprendizagem total. Ou, você querido leitor, que não tem tempo para se deliciar nestas obras mas quer ficar bem informado. Tenham uma boa leitura.

Abraço,
Rosicler Ceschin

Uma vez, li uma frase que dizia assim:
"O homem escondido atrás das palavras."
Sinto-me exatamente assim, veja bem, esconder-se atrás das palavras não é ocultar-se, mas sim, viver com intensidade as situações que a vida lhe apresenta. Ter o controle para saber direcionar a sua vida através das reflexões que você se permite diante da leitura que faz de obras maravilhosas.
Vendo neste ângulo, ouso a nos compararmos com um quebra cabeça interminável, sujeito a perdermos algumas peças, ou sujeito a mudar a pecinha do quebra cabeça quando este não encaixar com a situação que vivenciamos no momento. Esta permissão, não nos torna vulnerável, mas, sim permite-nos abusar da autencidade que Deus depositou em cada um de nós seres humanos. Quando digo abusar da autencidade, estou querendo mostrar a vc querido leitor, a leveza que sua vida pode seguir se você tiver fé, porque só a fé nos conduz a uma disposição cheia de esperança.

"Deus nos convida a escolher a vida, como também nos convida a não estar no controle, quando se tem fé." (By Rosicler Ceschin)

Permita-se apreciar cada acontecimento do dia, seja ele esperado ou indesejado. Pratique a paciência para poder ver os encontros de Deus e vê-lo trabalhando em sua vida.

Rosicler Ceschin

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Adulto diante da criança de 0 a 3 anos - Autores: Andre Lapierre e Anne Lapierre


Indico esta leitura, para você querido leitor, que tem filhos nesta faixa etária, ou você, que trabalha com crianças de 0 a 3 anos.

Esta obra ressalta a importância, muitas vezes esquecida, da primeira infância da qual depende a estrutura mais ou menos normal ou patológica do adulto. Pretende atrair a atenção não somente dos pais, mas dos poderes públicos sobre este aspecto fundamental da profilaxia mental, ao tempo em que deseja contribuir com uma melhor formação dos profissionais que atuam na educação infantil. 

         Encontram-se crianças de 1 a 3 anos entrando manifestadamente em processo psicótico, sem que os pais tenham a mínima consciência disso.
         Quanto às dificuldades de relação, raramente  se presta a elas a atenção que merecem; a criança agressiva ou  agitada, "nervosa", a criança inibida, voltada para sí mesma, medrosa, a criança retardada em seu desenvolvimento psicomotor, a criança sempre fechada numa constante busca afetiva, sempre insatisfeita, a criança de olhar triste, apertando contra si seu inseparável objeto transicional e sem nenhuma disponibilidade para os outros, a criança ansiosa, instável, chorando por nada, e muitos outros comportamentos pelos quais exprime, como pode, seu permanente mal-estar.
          Os pais inconscientemente projetam nos filhos seus próprios problemas.
          Nos dois primeiros anos  da criança, na ausência da linguagem e da conceitualização, são essencialmente as relações corporais e motoras: contatos, gestos, mímicas, atitudes, olhares, sons vocais e instrumentais (ruído provocado pela manipulação dos objetos). A comunicação da criança exprime-se de modo infraverbal, de modo psicomotor. O corpo nunca mente: todas as tensões, positivas ou negativas, e mesmo as inconscientes para o adulto serão percebidas pela criança, que as sente, no contato e até à distância. É a partir daí que ela estabelece, também mais ou menos inconscientemente, sua estratégia relacional.
          Todas as crianças sofrem na ausência dos pais - e algumas, infelizmente, mesmo na presença deles - uma carência afetiva que pode, às vezes, estar bem próxima da angústia.
          Uma criança que acumula uma carga agressiva,  reprimida e culposa, exprime de modo mais violento e frequentemente mais hipócrita, atacando por trás, beliscando ou mordendo o adulto sorrateiramente, " maldosamente". (pg.31)
          Todas as crianças que não expressam essa agressividade ficam bloqueadas em sua evolução, não a cedendo à comunicação ou à autonomia,
          O registro das sensações que constituirão a "experiência de vida", os elementos básicos da constituição do psiquico,  começa antes do nascimento por volta do quarto mês de vida-intra-uterina, assim que a constituição do sistema nervoso permite-lhes o registro dos estímulos.
          O nascimento é uma ruptura brutal dessa fusão (parto); a agressão de um mundo desconhecido que não está mais em harmonia com as sensações internas; sensações externas que se tornam bruscamente muito diferentes, agredindo o corpo por todas as partes: o contato das mãos, dos objetos,  a diferença da temperatura, a luz, a penetração do ar, e logo a absorção e a excreção. Todas essas trocas entre um dentro e um fora, que não podem mais confundidos, fusionados.
          Daí resulta uma sensação de perda, de falta, de incompleto; sensação tão difusa como era a sensação fusional, mas de uma ordem totalmente diferente.
          O que interessa particularmente no rosto do adulto são a boca e so olhos, orifícios da comunicação. Ele explora por muito tempo com o olhar, antes de avançar a mão para tocar. A fascinação do olhar do bebê (os olhos dentro dos olhos) é uma das comunicações mais profundas que podem ser estabelecidas com ele. A penetração recíproca e simultânea que essa  comunicação provoca pode recriar sensações fusionais.
          Quando uma criança deseja entrar em comunicação com o outro, atrai sua atençao fazendo a mesma caoisa que ele.
          Toda comunicação pode resumir-se às diferentes combinações de cinco verbos: "pedir" - "dar" - "receber" - "pegar" - "recusar"; são os termos fundamentais da relação.
          Ao nascer, a criança possui todos os seus neurônios (cem a duzentos bilhões).
          Uma  fase muito importante na evolução de toda criança: a das brincadeiras de desaparecimento e reaparecimento. É a partir dessas brincadeiras espontâneas que a criança adquire e consolida a noção de permanência do objeto (Piaget). Brincadeiras de ausência e de presença, mas sobretudo da presença na ausência: "Eu não estou vendo você, mas de qualquer jeito você está aí, você continua a existir, sua ausência não é definitiva e eu vou ver você de novo". (Para o bebê, antes da aquisição dessa noção de permanência, qualquer desaparecimento é uma ausência difinitiva, um morte".)
         Brincar de esconde-esconde atrás dos objetos, da mesa, das camas.. Esses brinquedos possibilitam que ela se distancie do meu corpo, que aceite a minha ausência. Vão favorecer a ruptura de uma fusionalidade que, a despeito de sua forma simbólica, deixa-a na minha dependência (ela me olha sem parar, e calca seu comportamento no meu).
          A sociedade encarrega a escola maternal de preparar a criança para a escola... mas não para a vida!
          O número de alunos, demais para uma única pessoa, ajudada por uma "servente"; os locais, na maior parte das vezes inadaptados; os horários; o ambiente do resto da escola; tudo isso obriga a adoção de estruturas por demais rígidas que não permitem a adaptação aos ritmos de cada criança, a disponibilidade necessária a cada uma delas, o atendimento de suas necessidades afetivas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário